24 de janeiro de 2011

Se...*

O Choque e o (re)encontro.

– Poxa, moço desculpa! Eu sempre fui desajeitada, droga!
– Não foi nada, aposto que água não... Hellen?
– Aposto que água não mancha, era isso que ia dizer, não era?
– Hellen? Meu Deus, Hellen!
– (Voz de boca seca) Tudo bem, Sérgio?
– Faz tanto tempo. Você continua igual! Não...
– É, treze anos, Sérgio! Não, não. Mudei, fiquei velha. O tempo passa mais rápido pras mulheres.
– Soube que você casou e virou mesmo dentista. Eu continuo fazendo minhas roupas. Encontrei um sócio. A gente tem uma loja em Londres.
– (Suspiro) É, casei. Quem te contou?
– Adriana, a gente se encontrou no Recife, ano passado. Férias.
– Adriana? Ela foi ao meu casamento pra dizer que eu não devia!
– (Aquele nó no estômago) Você tá feliz Sergio? Você é feliz?
– Eu tenho uma vida tranqüila com a Denise.
– Feliz?
– Eu tenho que buscar... Foi bom te ver, Hellen. Agora eu...
– Tchau Hellen.



Cada um deles viveu aquele momento de um jeito. Ela tinha a sensação de encontro, já que não foi ao Barnney’s naquela noite. O Sérgio foi e quem o recebeu  foi uma longa espera. Saiu acompanhado da decepção. Sete meses depois se casou com, sua amiga e colega de turma, Denise.

Depois daquele dia no restaurante, foram semanas atormentadas para um e para o outro. Hellen queria estar mais inteira depois de tudo, gostaria de estar com alguém. Sérgio queria ter dito que era feliz. Porque, de verdade, era. E queria ter falado da filha, mas na hora só conseguiu pensar se teria sido mais ou menos feliz. 


*Recortado  e livremente adaptado do filme 'Amores Possíveis', de Sandra Werneck

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