30 de abril de 2013

À deriva

O chão do convés cedeu
e a âncora do teu cansaço
se desprendeu.
Agora a tripulação
é de um homem só
e o capitão,
que nem era marinheiro
e nunca soube dar nó,
abandou o navio.
Quem vai assumir o leme?
Quem vai bancar o resgate?
Quem tem coragem de entrar por você num bote?
É perigoso remar em mar bravio.
Pode ser que alguém se arrisque e ainda reme.
Mas, salvar tua alma condenada,
depois de tudo, não significa nada
e nem paga a pena de um coração tão frio.

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