8 de dezembro de 2012

Poema patológico (ou o diagnóstico de um poeta em fase terminal)

A invisibilidade imposta pelo mundo
e tudo mais que eu tratei de esconder!
Volta e meia, numa fração de segundo,
teimam em reaparecer.

E tudo fica claro, nada mais é ameno!
Eu errei a dose da solução, virou veneno.
As fraturas expostas que tentei esquecer...
Estão de volta, dispostas a sangrar e doer!

Cicatrizei feridas sem mesmo deixar sangrar.
Achava que hemorragia interna fosse mais fácil curar,
porque, mesmo deixando hematomas,
os efeitos do remédio que tratam os sintomas
não demoram a chegar!

Talvez seja melhor o sangramento,
tem horas que a patologia é sentimento.
Sentimento preso cresce e pode se espalhar.
Metástase, doença crônica que pode me matar!

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