Quero um acontecimento novo porque já cansei de remoer os mesmos erros. Preciso correr o risco de ainda fazer tudo igual, saber que o medo – aquele instintivo e que ajuda a sobreviver – ainda é meu. Eu sou assim, gasto muito tempo me certificando que o meu caminho não passa pelo encontro de duas ou mais placas tectônicas. Mas, nunca passei tanto tempo sem dar, pelo menos, um passo, como agora.
Nunca precisei vencer uma maratona em chão de areia movediça para provar que sei correr riscos. A vida quis que uma das minhas maiores habilidades fosse adaptação. E me abasteceu com a coragem cautelosa de seguir em frente. De certo, alguma compensação porque tive menos tempo que a maioria das pessoas para deixar o mundo da gravidade zero e desembarcar aqui.
Tive que encontrar pontos de equilíbrio para seguir de pé. Mas, cair nunca foi problema. O apego pela terra firme também não pode ser por acaso. O universo é justo e me preparou para os tropeços. Momentos em que me aproximo bruscamente do chão e sei exatamente como me colocar. A necessidade de movimento deve ser mesmo pegadinha, acontece. Só que as quedas da minha própria altura eu já conheço e não fazem mais efeito.
Um combate eficaz a estagnação de agora seria a injeção de adrenalina de uma queda realmente livre. Três mil pés de altura, sem escrúpulos, sem pudores e sem nenhuma rede de proteção.
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