23 de abril de 2012

Paradoxal e didático

Vivo
 individualmente de ser coletivo.

Objetivo
de encontrar o acerto definitivo:
errar cada vez melhor,
sempre que for preciso.

Para que tudo parecesse menos óbvio, Pedrinho resolveu ir para a escola sem o boné do Ben 10 que a mãe tinha comprado, no caminho de volta da barbearia. Afinal, era preciso manter a dignidade e o orgulho, mesmo tendo perdido a guerra contra os piolhos e ficado sem os cabelos.

A aula de Educação Física era no primeiro período, estava tudo acertado:
"Amanhã é dia de futebol, se eu chegar quase atrasado, posso ir direto pra quadra. O Mateus  já vai ter me escolhido pro time dele. É só fazer dois ou três gols e pronto! Quando me perguntarem o que aconteceu, eu respondo que tô treinando pra ficar tão bom quanto o Neymar, mas ficando careca, eu ainda fico um pouco mais original. Todo mundo tem aquele moicano amarelado agora".
O único problema  é que o Mateus é azarado e perdeu pro Felipe no par ou ímpar e a história fica bem menos convincente quando se joga no time dos perebas e se perde o jogo de 3x1. 

19 de abril de 2012

Abecê

Se já fosse capaz de prosa, ele se arriscaria pela poesia. Se fosse poeta, em silêncio ele ficaria.

5 de abril de 2012

Aos fazedores de encantamento

Viva ao artista por sua coragem!

Por se doar em  sacrífico.

Num misto de obrigação e vício,
entrega-se ao público
em nome de seu ofício.

1 de abril de 2012

– Se aquieta e deixa o sono chegar Pedrinho.
– Amanhã é dia novo, o choro vai ter secado.
– Você vai ver.
– Aí, a minha, minha pipa vai voltar?
– É ainda melhor que isso, meu menino.
– O vento vai continuar soprando...
– Boa noite vô!
– Um anjo vai trazer teu sono, meu filho.