19 de fevereiro de 2011

Um poema de ouvir, uma história pra cantar*

É sobre a amizade de duas almas. Cada uma delas tem a mesma idade, porque aqui é a amizade que mede o tempo. Era de manhã quando começou:


Tinham vindo de lugares diferentes. 
Uma ficou ali, encostada na parede, observando. 
O outro, que não tinha chegado sozinho, falando. 
Mas não foi ele quem deu o primeiro oi. 
E quem apresentou os dois, ficou pouco na história, já foi. 

Passavam todas as manhãs juntos, 
Mas a amizade se fez depois do meio-dia. 
Tão logo e bem rápido... 
Sem que percebessem, cada ‘tarde vazia’, 
Entre pincéis e tinta sobre o papel, 
Virava fim do dia e ela ia.

Ira! - Tarde vazia
"Você me ligou naquela tarde vazia
E me valeu o dia..."

Mas voltava. 
Ainda tinham que recriar Portinari. 
Ela dizia o caminho, descobria a cor de terra vermelha. 
Ela achava o traço, ele escondia. 
Nem circulo de compasso ele sabia. 
Mas a trilha sonora ele escolhia ou, naturalmente, acontecia. 
Não mais que de repente, a música certa aparecia. 

O quadro que ela pintou, foi ‘Futebol’. 
E foi por causa da copa o mundo que ele descobriu seu dom. 
Modesto, porém honesto. Talvez singelo: 
Só sabia pintar com o amarelo. 

O tempo passou... 
Depois de tanta cor, de tantas músicas, 
Tantas tardes cheias, os dois estiveram longe. 
Passaram por longo tempo de distância vazia. 
Ela conheceu alguém, ele se entregou de vez à poesia. 

Ksis - Beijos, blues e poesia
"Eu te procuro até não poder mais na Internet, bares, nos jornais.
Trombar você é o que eu quero mais, menina, menina"

Ela deixou, por enquanto, os pinceis e vai ser historiadora. 
Ele, que devia ser médico, vai ser jornalista. 
Ela, jamais perderá o dom, continua artista. 
Quanto a ele, foi melhor enfim. 
Pelo menos pra medicina, foi sim! 

O tempo passou, passou inclusive aqui,
Depois de tantas letras. 
Mesmo que seja tempo de ir, enfrente! 
Porque será nosso e da nossa amizade o tempo todo de sempre. 

Agora estamos em ‘calma, tudo está calma’! 
O amor-amizade, da minha e da sua alma. 
Terá ‘a mesma idade que a idade do céu’. 
E a mesma verdade de ser pura, simples e fiel. 

Paulinho Moska - A idade do céu
"Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar em um silêncio antigo
Com a idade do céu..."


de 11 de fevereiro de 2011 para 
todo o resto da vida, 
com todo amor que há no mundo. 


*É daqueles que nasceu pra dizer o quanto eu amo alguém. Este aqui é da Débora Mosqueira, pra lembrar da nossa história e pra ficar registrado nosso amor-amizade.

3 comentários:

Cosmunicando disse...

ah, Flavio!!
que coisa linda e doce... não tenho nem mais o que dizer.
uma singeleza sentida, vivida.
signos da verdade: com todo amor que há no mundo.

Cosmunicando disse...

putz, ouvindo as músicas é tão, tão... rs

Súzan disse...

É doce feito um amor-amizade e só quem tem desses é que vai entender...